Paulo Murilo Rosas
A Sadhana (disciplina) Tântrica é um caminho amplo que a todos convida. É uma porta aberta ao autoconhecimento, mas a admissão só é buscada por poucos.
No caminho tântrico você não pode ser um mero espectador. Ele exige o seu envolvimento ativo. Você precisa agir ! Se seguir os ensinamentos tântricos e executar as práticas neles baseadas, produzirá uma mudança total na sua personalidade e, o que é mais importante, será o único responsável por essas mudanças.
Qual é a finalidade dessas mudanças ? É perceber que você já é a felicidade que tanto busca. Não é uma simples aquisição de acervo intelectual. É, em verdade, um reconhecimento de que você já é, sempre foi e será o objetivo de sua busca. Em termos tântricos, diríamos que o Sadhaka (o buscador) é a sua própria Sadhya (objetivo).
Ao iniciar a sua Sadhana, sua disciplina ou o seu processo, suas atitudes, seus valores e aspirações passam por uma transformação radical, que ocorrerá gradual e sistematicamente à medida que o processo vai agindo no seu próprio ritmo. Isto significa que cada Sadhaka tem seu próprio processo e seu próprio ritmo, que deve ser observado e preservado.
Esse processo é, em si mesmo, um segredo, pois é individual, frágil e precioso, e deve ser orientado e cuidado criteriosamente, porquanto reconhecer a nossa verdadeira natureza é um processo difícil e, na maioria das vezes, doloroso. Ele exige que assumamos, espontaneamente, o compromisso de seguir o caminho que conduz à auto-realização. Ele necessita que trabalhemos conscientemente com a parte mais íntima do nosso ser.
O processo requer que nos livremos dos antigos níveis de identificação. Esses níveis de identificação, aqui referidos, estão ligados aos 7 Chakras principais, que correspondem aos 7 níveis de consciência preconizados pelos Tantras.
Esta é a eterna busca da felicidade suprema, o autoconhecimento, a Sadhana Tântrica, que os Rishis (sábios) mapearam cuidados e criteriosamente, legando este precioso tesouro à posteridade.
Do livro Visão Tântrica da Vida